domingo, 17 de outubro de 2010

Um novo jeito de ver televisão! Parte 1



Como eu havia falado em um post anterior, acabei fazendo um trabalho para concorrer ao Prêmio de Mídia do Estadão na categoria de estudante, cujo o tema era sobre os Media Centers, suas funcionalidades, além de um novo jeito de se ver televisão. Falarei aqui brevemente das idéias que abordei no trabalho, como eu tinha prometido.

A televisão desde a sua existência conquista os seres humanos com sua "caixinha mágica", mas de uns tempos pra cá ela teve de dividir o espaço com os computadores e celulares principalmente, devido a interação que lhe foi permitida através das redes sociais que conectam todos os espectadores de certo programa (o exemplo é o uso de hashtags pelo twitter), além de outros meios como as mensagens de texto (SMS) como forma de interagir com o conteúdo exibido na televisão (este tipo de interação ja foi vista com o uso do telefone, e um exemplo seria o programa "Você Decide" em que o telespectador ligava para certo número e definia o final da história do programa).

Uma Breve História: 

Em 1923 foi descoberta um dispositivo que seria o início da televisão, um dispositivo que permitiria a transmissão de imagens, e posteriormente esta tecnologia foi sendo aperfeiçoada, principalmente em função da 1ª e 2ª Guerra Mundial. 
Foi feita a primeira transmissão ao vivo em 1936 na coroação do Rei Jorge VI e a televisão à cores surgiu somente em 1954. Os televisores foram popularizados nos EUA em 1950, sendo feita a transmissão de tele jornais e eventos esportivos, e foi na mesma época que os televisores vieram para o Brasil (na época, ainda os televisores preto e branco) pelas mãos de Assis Chateaubriand que trouxe aproximadamente 200 aparelhos que foram espalhados por lugares que tinham bastante movimento. Foi Assis também que inaugurou a primeira emissora brasileira, a Tv Tupi.
A qualidade das imagens dos televisores da época era muito precária, por conta de interferências e alcance da frequência no sinal (que falhava muitas vezes por barreiras físicas como prédios, por exemplo). Vendo esta oportunidade de mercado, que algumas empresas foram criadas a fim de oferecer uma imagem sem interferências aos telespectadores, nasceu ai as empresas de Tv a Cabo.
Em 1972 a Time Inc.’s Home Box Office (HBO), começou a oferecer um serviço que até então era inovador, era cobrado uma taxa extra, além do já pago pela assinatura de uma programação de TV a cabo, e através deste serviço, era oferecido ao telespectador filmes de longa metragem e de eventos esportivos “ao vivo”, sem comerciais (conhecido por nós como conteúdo pay peer view). Este sistema funcionava na medida em que o conteúdo era distribuído através de satélites para as operadoras de TV a cabo, e elas repassavam para os assinantes o sinal do canal. Por conta desta iniciativa da HBO, novos canais surgiram para a programação de TV a cabo para a assinatura básica, não sendo necessário o pagamento extra.
No final dos anos 80 surgiram modelos de televisores com o som estéreo (duas saídas para som, sendo uma do lado direito e outra no esquerdo), e no final dos anos 90 houve um grande investimento por parte das empresas para a invenção de televisores em que fossem possíveis imagens melhores, e através destes esforços que surgiram os televisores de tela plana, os de plasma e de LCD (veja o vídeo abaixo para ver as diferenças entre a Tv de Plasma e a Tv de LCD).



A televisão digital chegou em 2006 aqui no Brasil, utilizando o modelo japonês, sendo que existem três modelos de transmissão. Mesmo com a vinda do sinal digital, poucos lares brasileiros puderam aproveitar de uma qualidade de imagem superior por conta do preço dos televisores de LCD, Plasma e LED (que oferecem a visualização de 1080 linhas, melhorando a definição de imagem).

O que seria um PVR? :

Quando a Tv digital chegou ao Brasil, especulou-se bastante sobre a interatividade que ela traria, mas só foi possível ver a qualidade superior de imagem, e serviços de EPG (Eletronic Program Guide) que já podiam ser vistos com os serviços de operadoras a cabo. Ficou faltando apenas o T-Commerce e o T-Banking que eram dois recursos esperados para quem acompanhava o assunto. 
É possível observar uma posição dos canais de televisão quanto ao conteúdo, eles preferem criar outro canal só para exibir reprises de programas vistos em outros canais, do que disponibiliza-los por meio de streaming na internet, e isto até faz um pouco de sentido, uma vez que a emissora poderá arrecadar mais dinheiro com a venda de espaço publicitário (poderia ser feito o mesmo em portais da internet, acredito que seria até mais vantajoso em função do impacto que a propaganda teria). Boa parte da população trabalha 8 horas diárias durante a semana, e poucos destes conseguem ver programas de seu gosto nos horários em que são exibidos, vendo esta oportunidade de mercado, que empresas como a TiVo, criaram os PVR's (Personal Video Recorders) que possibilitam a gravação de conteúdo televisivo, para que assim o usuário possa ver o programa gravado na hora em que desejar. Alguns modelos até baixam conteúdo pela internet por meio de programas de compartilhamento P2P, que é hoje um dos "fantasmas" para as empresas que geram conteúdo (comentarei um pouco mais disto na 2ª parte do post). O PVR veio para tomar o lugar de aparelhos de DVD e me arrisco até em falar dos dispositivos Blu-Ray (assim como os VHR foram substituídos pelo mesmo), e algumas de suas funcionalidades foram aderidas aos televisores, assim como os "aparelhinhos" de televisores a cabo (se-top boxes) que agora disponibilizam a gravação de programas, guia de programação na tela da tv, etc. 

Esta primeira parte eu resolvi colocar alguns pontos históricos, importantes para que possamos ter uma ótica um pouco mais aguçada, para que possamos entender melhor as ferramentas que a tecnologia nos vem propondo. Na segunda parte abordarei sobre as formas de conteúdo, comentarei mais sobre a interatividade, dentre outros assuntos relacionados.

Não perca meu próximo post! 



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